22 de setembro: dia de viver a cidade sem carro
*Por Adeli Sell
Quem ao transitar pelas principais ruas de Porto Alegre ainda ouve o canto dos pássaros? Ou consegue respirar ares despoluídos e ver as crianças brincando na rua? A via pública tornou-se a via privada: onde o espaço dos carros é o cerne da dita mobilidade.
Sabe-se que os carros ocupam espaço. Fecham o tráfego. Dificultam a mobilidade. Estressam motoristas e pedestres. A culpa do trânsito sempre é “dos outros” e o carro, no sonho enlatado, é vendido como solução para os seus problemas! Se usarmos a lógica, a coisa muda de figura: uma pessoa num automóvel particular ocupa 25 vezes mais espaço que uma que se movimenta através de um ônibus articulado, por exemplo. Ou ainda, numa via pública, somente um terço é reservado para transportar coletivamente 70% dos usuários desta via, enquanto o maior espaço fica dedicado aos míseros 30% motorizados. Apesar da euforia automobilística há quem queira seu lugar ao sol fora de um volante.
A dicotomia do trânsito baseado no automóvel inspirou alguns europeus a criarem, em 1997, o Dia sem Carro. A idéia ganhou o mundo e há seis anos, o Brasil aderiu à iniciativa e Porto Alegre, por proposição minha, também a incorporou!
É por causa desse movimento que, no próximo dia 22, os porto-alegrenses serão convocados a deixar seus veículos em casa e aderir a outros meios de locomoção. Pode ser a pé, com a bicicleta ou em coletivos. Não importa a preferência, interessa a participação.
Nossa jornada consiste numa oportunidade de reflexão sobre os problemas causados pelo modelo de mobilidade centrado no automóvel, além de estimular o uso do transporte coletivo e despertar nos cidadãos a consciência sobre o uso racional e solidário do automóvel para combater a poluição e reduzir os gastos públicos. Aproveite a chegada da primavera e saia em busca de ar puro e novos ruídos para seus ouvidos na sua cidade.
*Vereador, presidente do PT de Porto Alegre
Fonte: sítio Sul21
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